segunda-feira, 27 de julho de 2015

O papel da avó na educação


É consenso que as avós representam sabedoria, experiência, afeto e carinho. Mas, quando os netos entram em cena, em alguns momentos essa relação pode desandar e, de repente, explode um atrito. Nada mais natural. De um lado, a mãe e o pai impõem uma série de regras na hora de criar os filhos. Do outro, o avô e a avó distribuem mimos que parecem colocar tudo a perder – e, às vezes, querem instituir sua própria cartilha de educação. Para escapar dessa saia-justa, a primeira regra é conhecer a função de cada personagem na história. “Costumo dizer que o papel dos pais é educar os filhos e o dos avós é estragar os netos”, diz, brincando, a psicóloga Angélica Capelari, professora da Universidade Metodista de São Paulo. Por estragar, entenda dar carinho, amor, proteção e muitos presentes.
A psicóloga clínica Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo, concorda: “A responsabilidade da educação é dos pais, e esse é um dos motivos pelos quais os netos e os avós se entendem tão bem”. Quando essas funções estão bem claras, fica mais fácil lidar com os desafios que aparecem. Um exemplo: você não precisa se descabelar diante de uma infração cometida pela criança sob a batuta dos avós. Afinal, eles estão aí justamente para atender os caprichos dos netos e planejar, com os pequenos, perdoáveis atos de rebeldia. “Se existir respeito pelos critérios e hábitos estabelecidos pelos pais, não haverá prejuízo para a autoridade paterna”, diz Mara.
Com o tempo, você também vai descobrir que a avó – aquela figura que, inicialmente, parecia tão implicante ou dona da razão – é quase uma enciclopédia de dicas sobre a maternidade. E, convenhamos, não dá para desprezar tanta sabedoria. “Como a avó tem mais experiência, ela pode ser uma boa fonte de consultas nos casos em que a mãe não sabe como agir com a criança”, diz a psicóloga Olga Inês Tessari, de São Paulo. O problema surge quando a mais velha, por se considerar pra lá de experiente, quer tomar conta da situação, não respeitando as regras da mais nova. Aí, você tem duas táticas a seguir.
A primeira é abrir o jogo e ter uma conversa bem franca com a avó, seja ela a sua mãe ou a sua sogra. “Explique que aceita de bom grado os conselhos, mas prefere escolher você mesma de que forma vai agir com o filho”, sugere Olga Tessari. Trata-se de um diálogo difícil, lembra a especialista. Mas, se for bem conduzido, com calma, sem ofensas e com amor, traz bons resultados. Outra estratégia é fazer o que popularmente se chama de “ouvido de mercador” e filtrar o que diz a avó. Isso vale principalmente quando ela é do tipo que não dá brecha ao entendimento. “Nesse caso, o recomendável é simplesmente ignorar e fazer do seu jeito. Mas sem entrar em discussão ou provocar atritos”, aconselha Angélica Capelari.

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