sexta-feira, 24 de julho de 2015

Exercícios na terceira idade: tempo de cuidar do corpo e da mente

         É possível começar rotina de exercícios físicos na terceira idade, até para quem levou uma vida sedentária. Exercícios são para pessoas na “flor da idade”. Na velhice, já não é preciso se preocupar. Estas ideias são citadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de cinco mitos disseminados pelo mundo sobre as atividades físicas. Para a agência especializada, ser idoso nos países em desenvolvimento começa aos 60 anos. A partir desta idade, é recomendada a prática de exercícios aeróbicos de média intensidade por pelo menos 150 horas na semana.



           Não há idade certa para começar. Aos 60, 75 ou 90 anos, há benefícios à medida em que se permanece ativo. O sedentário de uma vida inteira pode também mudar de hábitos. “Se tivéssemos que escolher um grupo que se beneficiaria mais da atividade física, seria o das pessoas com idade mais avançada. Não dá para não fazer exercício”, afirma João Macedo Coelho Filho, coordenador do serviço de Geriatria do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). No entanto, cuidar do corpo desde cedo melhora a qualidade do envelhecimento. Ele aponta as menores chances de desenvolver osteoporose para quem se exercita antes do pico de formação da massa óssea, aos 30 anos.
      E se os exercícios não chegaram a tempo de prevenir doenças e incômodos, eles podem ajudar no tratamento. As pesquisas dos últimos cinco anos pelo mundo mostram o Alzheimer como exemplo: a incidência é menor nos indivíduos com atividade física regular em qualquer idade. Conforme João Macedo, a prática de exercícios aumenta a área dos hipocampos - regiões do cérebro responsáveis pela memória. Por isso, é recomendada também para retardar os efeitos da doença em fase inicial.

          A escolha da atividade adequada deve ser um processo individualizado, com o olhar atento dos profissionais de saúde. Sair das caminhadas mais leves para exercícios intensos exigem este acompanhamento, orienta Kristiane Franchi, professora de Educação Física da Universidade de Fortaleza (Unifor). Entram em análise o histórico e nível de atividade física, as condições de saúde e a motivação para cada modalidade. “O ideal é entender o universo do idoso, ver do que ele gosta mais. É importante para que o exercício não seja sentido como aquele remédio amargo”, enfatiza.

Complicações cardiovasculares, articulações frágeis e dependência podem ser combatidas pelo cuidado com o corpo. Os benefícios não vêm apenas dos treinos orientados para o condicionamento físico. Atividades domésticas, de deslocamento e de lazer também ajudam. O importante é que o gasto energético seja superior ao estado de repouso, equaciona Ana Carla Nunes, professora de Fisioterapia na Universidade Federal do Ceará (UFC).

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